Comunidade cria cultura para tempos desafiantes que une pessoas e expande territórios

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Comunidade cria cultura para tempos desafiantes que une pessoas e expande territórios
Comunidade cria cultura para tempos desafiantes que une pessoas e expande territórios

Artistas e comunidade responderam à chamada e vão fazer da cultura e da criação em conjunto a forma mais democrática de dar a conhecer, fazer pensar e intervir ativamente sobre as múltiplas vivências de que é feita a cidade. Programação do Cultura em Expansão levará até ao final do ano, através de uma oferta cultural gratuita e multidisciplinar, mais de quatro dezenas de projetos a vários territórios e foi apresentada, esta sexta-feira, na Associação de Moradores da Bouça, ao som de Rita Vian e Ghetthoven.

"O Cultura em Expansão traz ao de cima o melhor desta cidade", frisa o presidente da Câmara, enaltecendo como "apesar de todas as transformações sociais e urbanas sofridas neste século, o Porto é, ainda hoje, reconhecido pelo seu arreigado espírito comunitário".

Na segunda parte da edição deste ano, serão apresentados projetos selecionados pela open call lançada pelo Município, predominando as cocriações entre artistas e as comunidades. Aquilo que Rui Moreira considera "a essência do Cultura em Expansão – ser um espaço de diálogo, aprendizagem e partilha entre estruturas culturais da cidade e o tecido social mais vulnerável".

Rui Moreira sublinha a "tremenda faculdade de unir pessoas" que é intrínseca ao programa, que, acrescenta, se "funde numa vontade recíproca de aprender, experimentar, descobrir, participar. Tudo isto sem barreiras sociais ou outras que impeçam o livre exercício criativo". "A cultura será, uma vez mais, a força capaz de superar preconceitos e desigualdades", reforça.


Projeto potencia criação com a participação da comunidade migrante

Resultado da open call para criação participada, o Salão Nobre da Junta de Freguesia do Bonfim recebe, a 20 de dezembro, o projeto "sobre os que voam", a partir do qual Catarina Branco convoca o tema da migração através da presença e visibilidade da comunidade migrante do Porto no centro da (cri)ação.

O processo de criação artística, aberto a todos, acontece todas as quintas-feiras. No mesmo espaço, a 16 de outubro, com repetição a 28 de novembro, o projeto promove um momento de partilha, em formato de ensaio aberto, sobre "O papel da arte na suspensão do tempo: diálogos em comunidade".

Um caminho trilhado e imaginado pelo território do Cerco

Clara Sefair e o projeto Cercar-te propõem uma cartografia colaborativa do Bairro do Cerco do Porto. A partir de "401 e Cerco!", uma tarde de partilha, música e caminhada com jovens moradores do complexo habitacional, a 6 de novembro é inaugurada a exposição "Território Cerco: um quase mapa".

Nesse dia, uma roda de conversa – "Território Cerco: quem veio antes?" – será dedicada a escutar quem caminha no bairro há mais tempo, recordando os caminhos trilhados e imaginando os que ainda estão por vir.

Assembleia Comunitária convoca o tema da invisibilidade da mulher operária no Estado Novo

"Sombras" é um projeto de criação artística multidisciplinar que explora e reflete sobre a invisibilidade do papel da mulher operária na indústria portuguesa durante o Estado Novo e o século XX.

Esta terça-feira, dia 17, a Praça da Corujeira é ponto de reunião para uma Assembleia Comunitária, "Sair da Sombra". A 15 de outubro, a sede da MEXE Associação Cultural abre-se para um ensaio aberto, sendo que o espetáculo "Sombras", assente nas linguagens do movimento, som e vídeo, e resultado do encontro com a comunidade de Campanhã — território moldado pela indústria e pela força de trabalho feminina –, acontece a 21 de novembro, na CRL – Central Elétrica.

No mesmo território, a Oficina Vidra e Circus Network chama os vizinhos para construírem, no jardim da Praça da Corujeira, uma maquete coletiva daquilo que virá a ser o mural "Traços da Corujeira", feito de azulejos e barro. O projeto promove a sustentabilidade, a coesão social e a valorização da identidade da Corujeira, criando um símbolo duradouro de união e transformação para as comunidades participantes.

Identidade cigana mostra-se em contos populares, cinema e até culinária

"IRM_A" é o projeto de Maria Gil na defesa e promoção de identidades romani mulheres de Aldoar. Inclui sessões de contos populares, escuta radical, oficinas de arquivo fotográfico, culinária performativa, música, dança e movimento.

A 27 de setembro, a Associação de Moradores de Aldoar recebe a oficina "O fogo que arde: sabores com História", sobre culinária cigana. Para dezembro, dia 21, está prevista uma sessão de cinema – "IRM_A a narração das Memórias para o Futuro" – e uma conversa que dialoga com as vidas, histórias e memória coletiva e afetiva de mulheres ciganas da freguesia.

Cinema como lugar de encontro e albergue

Com a fotografia como prática central, os Albergues do Porto propõem uma "reflexão sobre o ato de viver a cidade" e os "lugares que habitamos". "Habitare: olhares da cidade" inclui, a 5 de outubro, uma visita guiada, a 23 a inauguração de uma exposição, e, a 10 de dezembro, uma roda de conversa sobre o significado do habitar.

A comunidade daquela instituição junta-se, ainda, a Amarante Abramovici e Lucas Tavares para "residência", um projeto de criação de cinema. A 27 de novembro, a Galeria Alberg’ART expõe os materiais de pesquisa do projeto e a 14 de dezembro tem lugar a estreia do filme, na tela do Batalha Centro de Cinema, que poderá, também, ser visto no MIRA Galerias, no dia 19.

Lugar de Memória homenageia história do Bairro do Aleixo

"Aleixo – Oficina por um Lugar de Memória" é uma oficina participativa coordenada pelo INSTITUTO, com o acolhimento da Associação de Promoção Social da População do Bairro do Aleixo. Depois de um passeio pelo antigo bairro, a 29 de novembro, um momento público de partilha de conhecimento, no dia 5 de dezembro é inaugurada a exposição "Lugar de Memória", que reúne elementos visuais e escultóricos que homenageiam a história e a memória coletiva do bairro.

Maria Durão e Diogo Costa propõem a realização de curtas-metragens com as crianças no Bairro do Lagarteiro, com conteúdo inteiramente escolhido por elas. A 30 de novembro, o Espaço Agra projeta "Olhar o Lagarteiro", com as primeiras filmagens, e a 18 de dezembro é exibido o resultado final, "24 Lagarteiros por Segundo", na Associação Recreativa e Cultural Os Iniciadores.

Por fim, o Coro Sénior da Fundação Manuel António da Mota junta-se a Lena d’Água para um concerto, a 7 de dezembro, no Shopping Center Brasília.

Com esta temporada, o Cultura em Expansão reafirma o seu papel como espaço de encontro, criação e partilha, promovendo uma leitura plural da cidade e o envolvimento direto das comunidades nos processos artísticos. Em 2025, adotou-se um novo modelo de programação assente numa open call, resultando na seleção de 20 projetos de cocriação comunitária e criação participada.

A programação completa pode ser consultada na página do Cultura em Expansão.

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