PESQUISAR
Entrada
Gratuita
Entre maio e julho, o programa Cultura em Expansão apresenta 12 projetos artísticos, com a participação de 10 comunidades locais, num total de 28 apresentações públicas em 11 locais da cidade do Porto. Nesta nova edição, o programa apresenta os resultados da primeira open call e aposta numa programação marcada pela cocriação e participação das comunidades e descentralização artística.
A abertura da programação teve lugar no Museu do Porto – Reservatório, com o espetáculo “2000 A.D.” de Samuel Úria. Com base no seu mais recente álbum, o músico apresentou uma reflexão crítica sobre o presente e o futuro, num registo que articula a canção de intervenção com o universo poético que o caracteriza.
Entre os projetos que se destacam pela sua vertente participativa encontra-se “Memórias de um Corpo”, uma criação do Balleteatro com o grupo sénior do Centro Comunitário do Monte Pedral. O trabalho, que envolve alunos do curso profissional de dança, explora a memória corporal e promove o diálogo intergeracional. As apresentações decorreram na Capela do Monte Pedral, incluindo ainda uma conversa pública sobre o papel da memória na criação artística.
Na Soalheira – Associação Social de Cultura Ambiental, o projeto “Terracota que à terra volta” promove a criação coletiva em cerâmica com forte ligação à natureza e ao território. Envolvendo moradores da zona e utentes do Asas de Ramalde – polo de Campanhã, as apresentações incluem instalações e percursos sensoriais, numa abordagem que combina arte, ecologia e comunidade.
Na Associação de Moradores do Bairro Social da Pasteleira — Torres Vermelhas, o “Conjunto d’Alegria” continua a dinamizar sessões de canto e percussão tradicional. O projeto “Desassossegar 2.0”, coordenado por Rita Só e Liliana Abreu, integra residentes da zona e convidou também as Adufeiras da Casa do Povo do Paúl para um espetáculo-oficina conjunto. O grupo prepara ainda a gravação de um EP, residências artísticas de corpo e voz e um espetáculo final.
O TUP — Teatro Universitário do Porto desenvolve o projeto “Um corpo é uma forma”, em colaboração com o coletivo silentparty e estudantes da cidade. O espetáculo, a apresentar entre 3 a 6 de julho e 9 a 12 de julho na sede do TUP, resulta de um processo de reflexão sobre a ocupação do espaço público, habitação e desigualdades sociais, com foco nas experiências de corpos dissidentes.
A criação para a primeira infância também marca presença com o projeto “O Meu Primeiro Paninho”, promovido pelo coletivo Bebé em Cena, e dirigido a bebés e seus cuidadores. A proposta culmina num espetáculo a estrear a 19 de julho n’O Lugar – Teatro da Palmilha Dentada.
A Associação Nun’Álvares de Campanhã acolheu o projeto musical “Há um rio nesta gota”, do coletivo Frenesim, que envolveu o público na criação sonora em tempo real, utilizando instrumentos não convencionais. Ainda em Campanhã, a narrativa “Uma rua de cada vez”, de Mariana Correia Pinto, reflete sobre o direito à habitação e a resistência quotidiana, a partir de uma história real. A estreia no Porto acontece no sábado, dia 26 de julho.
Já na Associação de Moradores do Bairro Dr. Nuno Pinheiro Torres constrói-se “Mulheres em Cena”, uma criação de Alice Guerreiro com mulheres utilizadoras de drogas do Programa de Consumo Vigiado do Porto e vizinhas da comunidade. Inspirado no Teatro do Oprimido, o projeto combina uma conversa pública no sábado, 28 de junho, e um momento performativo no sábado 26 de julho, incentivando a escuta e o combate ao estigma.
Em Aldoar, o projeto “IRM_A” é cocriado com mulheres ciganas e artistas, onde se partilham práticas culturais em oficinas, performances e conversas. A primeira ação pública, “O Som que viaja”, tem data marcada para sábado, 5 de julho. A iniciativa, com direção artística de Maria Gil, será integrada no Museu Nómada – Longo Drom e terá continuidade na programação do segundo semestre.
Na Pasteleira, o espetáculo “Maré”, da cooperativa cultural Sons Vadios, homenageia as comunidades piscatórias portuguesas, combinando música tradicional, poesia dita e vídeo. Uma oficina de canto tradicional antecede a apresentação pública (quinta-feira, 26 junho), convidando interessados a participar num coro comunitário que integrará o espetáculo.
O encontro público “Encruzilhada CEP”, promovido por Rafael Campos no UPTEC, será o momento de partilha de processos do projeto “CEP: Corpografias Escreviventes Pretuguesas”. Esta proposta artística explora a presença e ausência da negritude no espaço urbano, propondo oficinas, percursos e formações que irão culminar numa publicação e exposição no segundo semestre.
Todas as ações são de participação gratuita. O programa completo pode ser consultado em www.culturaemexpansao.pt